Curtindo a vida ao ar livre – para sedentários!

*Por Tatiana Nicz

Não sou uma pessoa viciada em atividade física, tampouco pratico atividades ao ar livre com freqüência. Mas, ao meu modo, sou amante da vida ao ar livre e, antes de qualquer coisa, sou uma grande entusiasta!

Vivemos numa época em que tudo é catalogado. Há as tribos, os estilos e modas. Confesso que sempre tive uma invejinha dessas pessoas que sabem o que querem, levantam a bandeira e “vestem a camisa” (literalmente). Eu nunca fui assim, sempre caminhei entre estilos. Não sigo moda alguma. Vaguei por entre mundos, morei perto e morei longe, fui ativa e fui sedentária, fui vegetariana e fui “carnívora”. Posso dizer que faço o que tenho vontade, de acordo com meu momento, estado de espírito ou fase de vida.

E sendo assim, nunca fui dona de um único estilo, muito menos bem definido: montanhista, ciclista, escaladora, caminhante. Talvez um pouco de cada, em momentos diferentes. Mas apesar de tudo (e do sedentarismo), aprendi desde muito cedo a detectar o que faz meu coração bater mais forte. Vento na cara, suor, roupa suja de barro, cansaço do fim do dia, frutas secas, muita água e aquela sensação de missão cumprida. Isso tudo mexe comigo, faz um bem enorme.

Porém, na maioria das vezes em que embarquei em aventuras na natureza, por não ter preparo físico, achava que não iria conseguir. E em todas as vezes, o entusiasmo falou mais alto e não me permitiu desistir. Foi com este estado de espírito que caminhei 70 km na Chapada Diamantina, subi íngremes 1500 metros do Marumbi, desci 17 km do Caminho de Itupava, entre outras montanhas e empreitadas.

Por isso, afirmo: preparo físico é importante, mas não é tudo. O que conta mesmo é a motivação, a vontade de ir ver, arriscar, sujar as mãos, suar a camisa. Eu digo e assino embaixo: o turismo de aventura não é para tribos, não é feito para profissionais. Curtir a vida ao ar livre é uma opção democrática que serve para todos, ativos ou sedentários, profissionais ou iniciantes, e serve também para nós, a turma dos sem tribo.

*Tatiana Nicz – que vai pedalar 137 km de bike nesse feriado e espera sobreviver 🙂

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