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Londres 2012 – as Olimpíadas das redes sociais

Por Augusto Antunes

Os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, representaram, mais uma vez, aquilo que o esporte realmente deve ser: superação de limites, amor ao que se faz e respeito às diferenças – de idade, raça ou sexo. Um evento esportivo é, sem dúvida, o cenário ideal para a celebração do ser humano e de suas magníficas capacidades físicas e intelectuais.

Entretanto, nesta edição surgiu algo a mais para intensificar a experiência, independentemente da localização ou do objetivo: o uso oficial das redes sociais como meio de comunicação. Pela primeira vez em uma edição de jogos olímpicos, o Comitê Olímpico Internacional (COI) permitiu aos atletas e a todos que portassem credencial oficial do evento, o uso de redes sociais como o Twitter, o Facebook ou o Youtube. Com a permissão, o COI quis, entre outros motivos, que os atletas, dentro de limites e regras estipulados, ficassem ainda mais próximos dos espectadores das Olimpíadas e de seus fãs.

Outro objetivo das redes sociais durante o evento foi seu uso por parte da organização para fazer comunicados relacionados ao evento. Para isso, o Twitter foi a ferramenta escolhida. Por meio dele eram feitos anúncios relacionados ao uso de transportes públicos em Londres; à proibição e restrição de objetos dentro das dependências físicas oficiais do evento; ou a simples comunicação de resultados das provas que iam sendo disputadas. O Twitter chegou inclusive a ser utilizado pela organização para colorir a roda gigante London Eye: de acordo com o teor positivo, negativo ou neutro dos comentários feitos pelos usuários dessa rede social, a London Eye apresentava cores diferentes que mudavam em tempo real.

Além de ter sido utilizado em grande escala pela organização, este microblog também foi um dos principais canais adotados pelos usuários de mídias sociais no que diz respeito à manifestação de opiniões sobre os mais diversos assuntos relacionados às Olimpíadas. No Twitter, as pessoas se manifestavam positivamente ou negativamente sobre alimentação, transporte público, segurança nos locais oficiais do evento e apoio aos atletas, fato este evidenciado, por exemplo, pelo número recorde de tweets quando ocorreu a final dos 100 metros rasos em que Usain Bolt tornou-se bi-campeão olímpico.

Mais uma vez, verifica-se que as mídias sociais vieram para ficar. Em relação ao turismo, as contribuições feitas pelos usuários podem permitir, por exemplo, a construção de produtos e serviços turísticos cada vez mais de acordo com as suas necessidades de consumo. Mas não se esqueça: para cada rede ou mídia social existe um objetivo específico de uso. Escolha a(s) sua(s) e invista cada vez mais em estabelecer relacionamentos com seus seguidores ou consumidores.


Da arte de degustar a paixão

Por Fernanda Nicz

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(MÚSICA INSPIRADORA! Passione – Thais Gulin)

Primeiro se marcha e o mar se abre ou deve-se esperar o mar se abrir para dar início à caminhada? No primeiro caso, o ser é ativo; no segundo, passivo. O primeiro ousa, assume o comando. O segundo aguarda condições perfeitas (existem?) para começar a se mexer.

Em se tratando de amor ou paixão: primeiro se deixa atrair e a paixão, consequentemente, vem à tona ou deve-se esperar atrair para então se permitir enamorar?

Todas as coisas são criadas duas vezes. As paixões também. A visão é a primeira criação. Dizem que só os heróis sabem suportar a visão. A visão é transformadora. É lá, no olhar, que nasce a atração – dos que se deixam atrair (dos ousados lá do primeiro parágrafo). Depois, o desejo invade a imaginação. E na seqüência, na mente, num primeiro momento, o desejo se concretiza. As coisas se criam dentro do ser para depois, frágil, ou inevitavelmente, se estender ao espaço físico e concretizar-se. Ou não. Mas quase sempre sim. Acredito que se o sentimento é de verdade, sim, vai extrapolar sonhos e invadir a vida real (para alegria – e merecimento – dos ousados lá do primeiro parágrafo). E tudo passa a existir em diferentes formatos. A paixão não vem em câmera lenta, muito menos premeditadamente. Ela simplesmente vem.

Alguns seres não lidam muito bem com a criação das coisas/paixões na visão, imaginação e mente. Atropelam tal fase. Mas continuemos a falar dos que apreciam e se permitem degustá-la. Estes conseguem até mesmo prolongá-la. Conseguem unir visão, imaginação e fatos concretos. Quem se deixa atrair quando menos se espera vive mais leve, pleno. Vive cada momento de paixão como se fosse o último; degustando.

Os que não conseguem entender a arte da verdadeira degustação da paixão fazem questão de jogar: esperam – já que não se permitem deixar atrair – atrair outro ser. Querem sentimentos prometidos, certeza do que está por vir.  São pesados. Freiam. Morrem de medo da leveza. A insustentável, mas necessária leveza do ser. Não acreditam que a paixão pode ser fácil, simples e deliciosa ao mesmo tempo.

Num mundo em que os seres têm tanto medo da perda, existe um excesso de muralhas protetoras contra o mergulho na alma de outro ser. Complemento: num mundo preocupado em se defender, receoso da dor, o permitir-se viver (entregar-se) soa ingênuo. Assustador.

Felizmente há os destemidos. Estes degustarão da paixão. O mundo talvez não os entenda. Nem eles. Mas enquanto o mundo se preocupa em julgá-los, eles, os amantes, que também não sabem ao certo, o quanto se querem ou o que vem depois; ocupam-se em viver. Criam um mundo particular, em que o tempo é coadjuvante, secundário. O que predomina são momentos bonitos e, principalmente, verdadeiros, às vezes, bastante espaçados – duram tempo suficiente para que sintam saudade. Isso é bom, faz parte da degustação da paixão. Eles se querem. São leves, felizes. Não usam códigos ou freios ou frases feitas. Não se preocupam em agradar, naturalmente se agradam. Aproximam-se, como imã. Simplesmente e deliciosamente. E basta.

E mesmo que o tempo leve (separe fisicamente os dois), a paixão continuará a vibrar (na imaginação e na mente), quem sabe, por telepatia, até que certo dia, de presente – por terem marchado mesmo sem o mar se abrir – estarão perto, num mesmo momento. Sim!  As coisas boas e de verdade, – aquelas mais lindas e doces – são de quem ousa marchar sem ter certeza se o mar vai se abrir ou não.  As paixões mais bonitas, sinceras e intensas são presentes àqueles que não têm medo de sorrir e simplesmente dizem sim, eu quero. Eu topo degustar a paixão em todas as suas fases. Simples assim.


Escapadas nos finais de semana

* Por Mila Andrade

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Acordar cedo no sábado e ver o sol nascer tímido pela cidade faz parte de mais um programa de final de semana com aventura e muito contato com a natureza. Chegou a vez de subir o Pico Abrolhos, uma das montanhas do conjunto Marumbi – dentro do Parque Estadual Pico do Marumbi -, unidade de conservação brasileira de proteção integral à natureza localizada nos municípios paranaenses de MorretesPiraquara e Quatro Barras.

Nosso encontro foi na rodoviária de Curitiba. Todos os integrantes do grupo preparados para pegar o trem da Serra Verde Express às 08h15 da manhã e começar a descer a Serra do Mar. Aliás, o passeio de trem é muito rico em história e paisagens maravilhosas. Uma ótima opção para quem gosta de passeios tranqüilos. Em Morretes, é possível saborear o delicioso Barreado, – prato típico da região – e fazer um passeio pelo centro histórico da cidade.

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Mas nosso objetivo era outro, estávamos à procura de mais adrenalina, queríamos subir montanha. Descemos na estação Marumbi, encontramos com nosso condutor e logo fomos recepcionados com as belas paisagens da natureza. O dia estava perfeito: vento gelado no rosto, mas com o sol brilhando. Começamos com os alongamentos e partimos para a caminhada inicial para aquecer o corpo e entrar em sintonia com a natureza. E lá vamos nós rumo ao cume de mais uma montanha. Subir montanha é uma mistura de superação, limites e expansão, pois nos proporciona conhecer melhor os limites do nosso corpo e encontrar o ritmo interno da respiração.

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O pico do Abrolhos, sem dúvida, foi pra mim a montanha que exigiu mais condicionamento físico e energia. A subida requer algumas técnicas, pois em alguns momentos precisamos de força para segurar em correntes e cordas para subir rochas. Lógico que todo esforço é recompensado com as paisagens que temos quando chegamos ao cume. É de tirar o folego a imensidão verde que é a vista lá de cima. Isso já faz valer a pena o final de semana e faz com que nossa energia volte renovada para mais uma semana de rotina.

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Esse programa para o Pico Abrolhos foi realizado no dia 14/07 (sábado) com um grupo da Gondwana Brasil Ecoturismo.  Essas escapadas para montanha tem o objetivo de proporcionar atividades diferentes nos finais de semana, tanto para aqueles que gostam de aventura como para aqueles que querem começar a vivenciar e participar de programas parecidos. E também mostrar que atividades assim podem ser feitas em lugares próximo de Curitiba, sem precisar ir muito longe para ficar em contato com a natureza.                                                                                                                               

*que deseja que essas escapadas sejam realizadas com mais frequência nos finais de semana. 


Final de Semana na Ilha do Mel

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Imaginar uma Ilha com praias belíssimas, trilhas, natureza exuberante e preservada, tranquilidade de caminhos percorridos apenas a pé (carros não são permitidos), silêncio e muita harmonia com a natureza, nos leva a pensar em algum destino no nordeste. De fato, há, por lá, muitas Ilhas com estas características, mas aqui me refiro a um lugar um pouco mais próximo, mais perto, do lado de Curitiba. Ilha do Mel.

A Ilha já ganhou reconhecimento internacional e está muito bem preparada para receber turistas de variados perfis (jovens, casais, famílias). Para chegar até lá, podemos sair de Morretes a bordo do cênico passeio de trem que liga Curitiba a Morretes (o famoso trem Serra Verde Express). Ou chegar em Morretes e ir diretamente de barco rápido até a Ilha a partir de Morretes mesmo, ou ainda ir de carro/van até Paranaguá (1h30 de travessia) ou Pontal do Sul (30min de travessia) para pegar as barcas regulares que fazem a travessia. O trajeto de barco já é um passeio em si. Navegar pela Baía de Paranaguá, em meio ao cenário que nos envolve de montanhas da serra do mar contrastando com as àguas calmas da Baía, também vale o passeio. Isso que nem chegamos ainda ao destino final, a Ilha do Mel.

São duas as comunidades principais da Ilha: Brasília e Encantadas (igualmente belas). Talvez a diferença que mais chame a atenção é que Encantadas ainda conserva a maior parte dos nativos, enquanto Brasília é mais turística. Do lado de Brasília está a Fortaleza e o Farol das Conchas, do lado de Encantadas; a Gruta das Encantadas. Em ambas encontraremos praias de àguas claras, manguezais, areia fina e branca, tranquilidade, silêncio e belíssimos cenários.

Como carros não são permitidos, tudo deve ser feito a pé ou de bicicleta. Os passeios mais comuns são: visita a Fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres (1h de caminhada de Brasília), pôr do sol no Farol das Conchas (de onde se pode observar a Ilha das Peças e o Parque Nacional de Superagui), e também a caminhada ou passeio de barco até Encantadas (para os que ficam em Brasília).

Outro passeio belíssimo, é ir de barco até a Ilha das Peças, aonde observamos os golfinhos a bordo de canoas de remo – chamadas também de canoa de um pau só – confeccionadas artesanalmente pela própria comunidade de pescadores da Ilha. Uma experiência inesquecível.

Charmosas e confortáveis pousadas (Treze Luas, Grajagan, Das Meninas e Enseada das Conchas) garantem um excelente café da manhã para começar e um bom descanso no final do dia. A dica para a noite é olhar para o céu estrelado que a Ilha oferece e lembrar que a simplicidade dos pequenos momentos carrega um poder imenso de alegria e felicidade.

Quer ir? A Gondwana tem saída confirmada dias 4 e 5 de Agosto. Veja aqui mais detalhes.


Mudo logo existo

*Por Tatiana Nicz

Maria Lucia acordou sem motivação, era mais um dia para colocar seus pensamentos em ordem e ela não conseguia pensar em mais nada a não ser em mudanças. Em tão curto espaço de tempo sua vida deu uma reviravolta gigantesca.

Dormiu um sono sem sonhos, acordou se sentindo péssima. O corpo todo dolorido, a cabeça girando, não sabia mais que dia era e o que o dia lhe traria. Tudo era distração. Mas, o mais importante: pensar no futuro, planejar, entender, isso ela tentava não fazer, adiava. Pensava apenas em como, num piscar de olhos, tudo poderia mudar… E as coisas mudam. Se não por nossa vontade, por imposição da vida. E somos obrigados a realizar, de fato, alguma mudança.

Em algum lugar, Maria Lucia leu: O homem absurdo é aquele que nunca muda. Auguste Barthélémy.

Ela sabia que nada nessa vida dura para sempre, mas por que então sentia tanto medo das mudanças?

Mudanças, muitas vezes são boas, escolhidas por nós, com preparo, dedicação, apreço e, principalmente, planejamento. Dessa vez ela não havia escolhido, pelo menos não conscientemente. Foram mudanças forçadas por circunstâncias da vida. Mudanças que no começo assustaram, deram frio na barriga, afloraram o sentimento de vulnerabilidade – toda aquela sensação que temos quando vamos de encontro ao desconhecido.

Acordou assustada. Um leque de possibilidades se abria a sua frente, ela tinha medo. Pensou que mais um novo dia se seguia sem saber o que o futuro traria. Sentia um vazio tão grande, de tudo que havia deixado para trás, da porta que se fechava a sua frente. Por que é preciso perder as coisas para dar valor?

Escolher um rumo é tarefa árdua. Ela, muitas vezes, havia estado nesse lugar. Um vazio grande lhe tomava o peito, um medo a paralisava. Era tarde, nada podia fazer. Ela sabia: somos livres para fazer nossas escolhas, mas também somos prisioneiros delas. Foi um caminho que ela traçou. Sabia que era capaz e que tudo que acontecia agora em sua vida era apenas reflexo de suas escolhas.

Um caminho tortuoso a espera pela frente. Não tem volta. Enxugou as lágrimas e lembrou tudo de bom que já viveu, lugares que visitou, pessoas que cruzaram seu caminho. Por um minuto sorriu. Sim, era hora de ter esperança, deixar o medo ir, confiar e ter fé que toda mudança, por mais tortuosa que seja, é movimento, é vida, requer coragem e muita, mas muita, dedicação. Afinal, amanhã será um novo dia e uma nova oportunidade para recomeçar. Mas hoje, só por hoje, ela não queria mais pensar.


Mobilidade e portabilidade: qual o limite?

Por Augusto Antunes *

Lembre-se que as melhores coisas da vida nem sempre estão dentro de uma “caixa”.

Ao analisar atentamente as últimas tendências da tecnologia móvel no Brasil, nota-se um incremento no número de seus usuários. Para tanto, além de políticas governamentais que permitiram a diminuição de impostos e, consequentemente, a diminuição do preço final de comercialização dos eletrônicos, também se verificou uma disputa acirrada por usuários entre as companhias de telefonia móvel.  A soma de todos estes fatores provoca maior oferta de serviços e diminuição de preços dos aparelhos para o consumidor.

Considerando este cenário, percebe-se que um dos principais motivos que leva o consumidor a desejar mais e adquirir mais produtos e serviços móveis é a mobilidade e a portabilidade que possui ao utilizar tais dispositivos. Atualmente estas características são tão importantes que, para alguns usuários, chega a ser mais importante compartilhar – com toda sua rede social -o momento que está a vivenciar do que propriamente curtir e aproveitar tal momento.  O usuário se tornou de tal forma dependente desse imediatismo que é comum, hoje, encontrar pessoas na mesa de um bar que, no lugar de conversarem entre si, estão mais preocupadas em postar fotos e comentar atualizações em redes sociais por meio de seus celulares ou tablets.

Por outro lado, aqueles que dependem dessa mobilidade e portabilidade para desempenhar funções profissionais acabam por saber distinguir melhor entre a utilidade e a necessidade de usar dispositivos móveis. A dependência destas tecnologias para o trabalho provoca mudanças de hábitos e, em muitos casos, provoca ainda o esquecimento de práticas profissionais que antes desses instrumentos eram consideradas fundamentais. Em casos extremos, se retirarem as tecnologias de muitas empresas ou de muitos profissionais liberais, os mesmos entrariam em pânico por não saber mais como agir diante das diversidades.

O fato é que não podemos ficar alheios a toda a evolução tecnológica que ocorre à nossa volta. Além do mais, nosso modelo econômico baseado em premissas capitalistas também não nos permite ignorar essa evolução. Mas para tudo existe um peso e uma medida. Não deixe que a tecnologia te faça dependente de eletrônicos e de meios de comunicação que, na maioria dos casos, foram feitos para uso individual e não coletivo. O uso excessivo pode estar te afastando de coisas que realmente importam na tua vida.

E se você não conseguiu ler este texto do inicio ao fim porque teve de olhar seu email, atender um telefonema ou atualizar seu status na rede social da sua preferência, pare! É hora de se desligar um pouco de tudo isso. Então aproveite, e concilie sua agenda com a Agenda da Gondwana Brasil Ecoturismo. Você encontrará diversas opções para “dar um tempo” das tecnologias e passar mais tempo fazendo o que gosta e com as pessoas que ama.

*  que tenta diariamente estabelecer limites para o uso que faz das tecnologias da informação.


Da vulnerabilidade

Por Fernanda Nicz

 

Enquanto tudo pulsa e flui normalmente no corpo de cada ser, pequenas questões diárias lhes ocupam a mente. Começa cedo. Acordar ou dormir mais um pouco? Onde almoçar, que livro ler, que vinho beber, viajar pra onde? Dizer que ama hoje ou adiar mais um pouco? Mudar de emprego, começar do zero agora ou adiar o desejo? Questões diárias, latejantes, pendentes. Mil coisas na cabeça, idéias em mente.

Mas de repente, questões diárias, latejantes, pendentes, coisas e idéias perdem a força. De repente, o que passa a latejar incessantemente é uma parte do corpo. Uma estranheza física, uma enfermidade que passa a ocupar a mente, dia e noite, constantemente.

O ser se vê vulnerável, frágil, entregue, desprotegido, carente. A dor física desacelera ritmo e rotina. Torna questões urgentes, secundárias. Enfraquece um pouquinho a alma. Faz parar pra pensar. Vulnerabilidade.

Vulnerabilidade: condição de risco em que uma pessoa se encontra. Conjunto de situações e sensações que colocam o ser em condição de carência, impossibilitado de responder com seus próprios recursos a dada demanda que vive e o afeta. Sensibilidade aguçada, fraqueza física.

Algo em que nunca se pensa ou perde-se tempo pensando sobre. O corpo pede atenção. E a concentração do ser muda de direção. Dói, incomoda. A máquina – o corpo – detecta algum problema. Funciona diferente e transforma tudo ao redor. Assusta. E o ser passa a observar mais. Há cautela, cuidado.

Creio que o corpo adoece apenas quando tem algo para comunicar à mente. E enquanto o corpo lateja, deve-se dedicar tempo ao entendimento do recado. Há que se entender utilidade e função da enfermidade. Não há como fugir. Há que se viver dor e desconforto. Faz parte, vem tudo agregado. O corpo suplica, pede um tempo. E, caso ignorado, certamente repetirá tudo brevemente. O corpo tem essa mania: escancara, insiste, até ser ouvido e atendido.

E, fato: a entrega absoluta, hora ou outra, trará à tona, momentos assim. Incomodará o corpo. Força, vontade, gana, intensidade, coragem e liberdade tem seu preço. Quem abraça o mundo com toda a força corre o risco de quebrar algumas costelas. Quem viaja pra muito longe, corre o risco de se perder.

Mesmo no caminho e no lugar certo, provas aparecerão no meio da estrada. Assim que avistá-las, pare. Pondere. Dê tempo ao tempo. E com o tempo, retome a estrada. Talvez com menos agressividade. Sem tanta gula. Com equilíbrio. Olhos atentos, discernimento. Foco. Fé.

A saber: vulnerabilidade sempre vai existir. E como li numa curva da estrada: Ser guerreiro não exige perfeição. Ou vitória. Ou invulnerabilidade. Um guerreiro é vulnerabilidade absoluta. Essa é a única coragem de verdade.

E mais: o que não mata, fortalece.


O que te inspira a viajar?

Por Daniela Meres*

É fato que as pessoas tem os mais diversos motivos e razões para viajar. Desde muito antes de existir um setor econômico estruturado para atender tais desejos e demandas, o ser humano já tinha nas peregrinações e expedições algo em comum com as viagens de hoje. Uma vontade interna de transformar o que está dentro e o que está fora. A busca do novo.
Você sabe exatamente o que te inspira a viajar? Será que são as mesmas coisas que te inspiram no dia a dia, no trabalho, nas suas escolhas? Ou não é nada racional: seu movimento é simplesmente deixar-se levar por uma oportunidade ou para dentro de uma paisagem?
Quem sabe uma viagem de 18 mil km pela América de Sul em seis pessoas com dois fuscas, e ainda dando carona para várias outras pessoas – outras histórias, novos pontos de vistas? Teve uma trupe de aventureiros que fez exatamente isso e você pode se inspirar acessando: Caroneiros | 52′ | De Martina Rupp
Ou ainda, ir sem pressa, como fez o mineiro Argus Caruso. Para cair no mundo, ele escolheu um dos meios de transportes mais lentos: uma bicicleta. A idéia era dar a volta ao mundo bem devagar, com tempo para captar momentos, peculiaridades, sorrisos e cumprimentar as pessoas. Trazer para o projeto Pedalando e Educando, imagens e relatórios que pudessem chegar às crianças das escolas públicas do Brasil, complementando o aprendizado sobre diferentes realidades no mundo. O resultado pode ser conferido no livro Caminhos – Volta ao Mundo de Bicicleta – Autor Argus Caruso Saturnino.
E subir montanhas, fazer travessias em Serras e matas adentro? Essa é uma forte motivação para várias pessoas no mundo. Neste ano de 2012, estamos comemorando 100 anos de montanhismo no Brasil. Há quem diga que aqui no Paraná o montanhismo já acontecia no Conjunto Marumbi desde 1879. Então, nós, paranaenses montanhistas e caminhantes de coração, podemos comemorar os 133 anos de montanhismo no dia 21 de agosto. Quem sabe a Gondwana Brasil não faz uma subida a alguma montanha inspirada em histórias e causos para homenagear todos estes anos de coragem, dedicação, cuidado e amor às nossas montanhas…
Há infinitas inspirações e motivações que nos fazem querer viajar. Citei apenas três, que, de alguma forma, fazem parte das minhas próprias motivações – são viagens e jeitos de descobrir o mundo que me inspiram.
Se você ainda não fez sua lista de inspirações, sugiro que não apenas faça, como coloque em prática. Mesmo parecendo difícil ou impossível, o que importa não é o final, não é o onde eu vou chegar com isso, e sim como eu vou chegar.

*que pretende fazer de cada viagem, uma inspiração.


Das provocações

Da comoção oferecida por cada lugar. Da bagunça que provocam na gente, os que ali vivem. Do adentrar, do permanecer, do partir. Da arte da convivência. De pessoas, lugares e saberes. Da função do educar; libertar.

Assim como há cidades de paisagens (esteticamente belas), há as cidades de gente (humanamente belas). E São Paulo, sem dúvidas, é uma cidade de gente. De contatos, relações. De educadores, de aprendizes.

Estes quase cinco meses que estou por aqui parecem uma eternidade de aprendizado. Desde que cheguei, – em fevereiro – mudei de casa três vezes. Neste tempo convivi com muitas pessoas, muitos egos diferentes. Sinto como se estivesse colocando à prova, o tempo todo, meu conhecimento, minhas crenças. Sinto que a toda hora, minha paciência, tolerância, perseverança e compaixão são testadas. Os milhares de egos que esbarram em mim todos os dias parecem surgir para contribuir com a reconstrução de mim mesma.

Pois sim, a vida impõe desconstrução e reconstrução constantes. Como bem diz Viviane Mosé no livro O Homem que sabe; o princípio da vida é o devir, ou seja, o vir a ser, a transformação, a mudança. Tudo que alguma vez teve propriedade definida experimenta a desintegração destas mesmas propriedades. O mundo nunca começou nem nunca vai acabar. É um eterno vir a ser. Todas as coisas trazem em si mesmas o seu contrário. É do eterno conflito dos contrários que nasce o devir: o dia se torna noite, o quente, frio.

É assim que sinto. Vivo de conflitos de contrários. Observo questões a partir de diferentes perspectivas. Mosé fala disso; da importância de perceber o que cada situação manifesta e o que oculta, onde se desdobra. Pessoas fazem isso com pessoas: estimulam o saber, o querer, o sentir. E no momento seguinte pode acontecer de provocarem exatamente o contrário. Conflito necessário, provocador.

Provocação provocada pela convivência. Convivência que amplia o pensamento e provoca o ir e vir. Depois; o devir, o reconstruir-se. Sinto isso. Sinto a vida potencializar-se. Sinto vida.

Segundo Viviane Mosé, este é o caminho: um pensamento mais amplo, capaz de dar conta de nossa necessidade de querer e de nossa liberdade de sentir.

Mas há o medo e a preguiça. Há os que temem os aborrecimentos que lhes seriam impostos por uma honestidade e uma nudez absolutas (lembro do livro e da peça A Alma Imoral). Por sorte, por aqui, certamente em algum momento estes seres irão esbarrar em artistas. E artistas detestam o andar negligente, com passos contados, modos emprestados e opiniões postiças.

São Paulo oferece artistas. Artistas comovem e convivem. A convivência bagunça alma e sentidos. Cria conflitos internos. Amplia, educa; liberta. “E como pode ser desesperada e desprovida de sentido a vida sem esta libertação!” (Viviane Mosé).

Por fim, mais uma provocação da Viviane que muito tem me inspirado ultimamente: “há no mundo um único caminho sobre o qual ninguém, exceto tu, poderia trilhar. Para onde leva ele? Não perguntes nada, deves apenas seguir este caminho”.


Viagens para amar

por Camila Barp*

Junho. Mês dos namorados. Começo do inverno. Época de viajar para fugir do frio, ou para chegar mais perto dele – se for para desfrutar com conforto e qualidade. Caminhadas, lareira, comidinhas deliciosas, pousadas charmosas e passeios românticos.

Junho antecede a altíssima temporada de julho e é uma excelente época para curtir o inverno sem muitos turistas por perto. Separei aqui alguns lugares e pousadas bacanas para essa época do ano.  São dicas para curtir o inverno de maneira especial.

Começo por Morretes, a opção mais próxima a Curitiba. A pequena cidade está ao pé da serra do mar e tem clima bem mais ameno no inverno (média de 2 a 3 graus a mais que a capital). Além de paisagens naturais belísimas (60% do município é Área de Preservação Ambiental), Morretes conserva construções históricas interessantes que resgatam a história da colonização do Paraná.

A viagem para chegar a Morretes – pela estrada da Graciosa – em si, já é um passeio e um atrativo. São 40km em meio à Serra do Mar, mirantes e lanchonetes com produtos típicos (os de banana são os mais famosos). Em dias mais claros, é possível ainda, visualizar a Baía de Guaraqueçaba.

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O prato típico é o Barreado, – ideal para o inverno – encontrado em diversos restaurantes. O Restaurante Villa Morretes tem um ambiente aconchegante e está ao lado do Rio Nhundiaquara. Para hospedagem, recomendo a charmosa Pousada Hakuna Matata, que funciona num antigo haras, com quartos amplos, alguns com lareira interna e ofurô na varanda. Outra opção é a Pousada Maktub, ao lado do Rio Nhundiaquara. A Maktub oferece chalés, piscina e trilhas em meio ao silêncio da mata atlântica. Durante o café da manhã, pássaros vem fazer companhia e colorir a paisagem – o inverno é a melhor época para observar pássaros e Morretes é abundante nesse aspecto.

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A Pousada Graciosa é outra dica de hospedagem. O casal (brasileira + americano), dono do local faz questão de tornar o ambiente super familiar e agradável. Ele produz cervejas artesanais e faz pizzas na própria pousada durante a noite. Detalhe: a Graciosa só oferece chalés com camas de casal – o que garante o clima romântico.

Para quem fica o final de semana, o dia seguinte pode ser de descanso, ou, para os mais animados, de atividades (não faltam opções de passeios em Morretes: caminhadas, bike, caiaque) ou ainda de visita à charmosa vizinha Antonina, com seu casario histórico bem preservado e uma belíssima vista da Baía de Antonina. Se optar por esta última atividade, a parada no Restaurante Casa Verde é obrigatória. O casal que toca o lugar serve de inspiração. Após peregrinarem pelo Caminho de Compostela, escolheram Antonina para viver e para deliciar seus visitantes com uma gastronomia diferenciada, com conceito de culinária Slow Food.

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A Gondwana tem roteiros especiais para esse momento. Clique no link .

Aguarde dicas da Ilha do Mel e outros destinos do sul do Brasil.

Boa viagem e bom inverno!

* que têm amado e viajado.


Experiência Fotográfica com Zig Koch

*Por Tatiana Nicz

Gosto de fotografar (apesar de ser ainda leiga no assunto), mas o fato é que descobri esse “hobby” meio por acaso, entre uma andança e outra. Andanças acompanhadas, por muito tempo, de uma maquininha simples. Foi com ela que comecei a brincar com a fotografia. Descobri que o mundo é grande, interessante, lindo e que me agradava congelar momentos, lugares e pessoas para guardar de recordação.

Investi um pouco mais no hobby. Fiz um curso e comecei a praticar. Enquadramento, abertura, velocidade e voilà, algumas boas fotos, outras nem tanto, mas o que importa é o movimento. E foi o movimento que me fez conhecer esse grande fotógrafo, de quem o trabalho muito admiro:Zig Koch.

Com alguns acertos profissionais fechamos com muito apreço um roteiro para Patagônia (Argentina) para novembro próximo. Em meio aos acertos e papos sobre o roteiro, surgiu a oportunidade de eu fazer um workshop de fotografia com ele: aulas teóricas e práticas ministradas na escola Portfolio e na Reserva Volta Velha em Itapoá, respectivamente.

A experiência foi incrível. O Zig, além de grande profissional, é também uma pessoa muito bacana, solícita e paciente. Responde com bom humor a todas as perguntas; das mais básicas às mais difíceis e está sempre presente de corpo e alma em todos os momentos. É um grande conhecedor de técnicas. Fotógrafo nato, ele tem realmente dom e humildade para dividir seu conhecimento com os alunos. Pude, enfim, entender melhor como funciona a vida de um fotógrafo de natureza, os pormenores e empecilhos do dia a dia – nem tudo são flores, e nesse caso, literalmente.

Agradeço imensamente a oportunidade e aguardo ansiosa para a viagem que a Gondwana Brasil organizou com muito cuidado em conjunto com Zig Koch e a Escola Portfolio.

* Tatiana Nicz que quer fotografar a Patagonia Argentina.

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Comportamento do consumidor do século 21

Por Augusto Antunes*

O fenômeno das redes sociais na internet tem provocado mudanças em diferentes aspectos do cotidiano. Independentemente da classe econômica em que se insere o consumidor é possível verificar comportamentos semelhantes no processo decisório de compra de produtos e/ou serviços.

Um estudo da IBM indica que, apesar do consumidor estar mais informado e procurar cada vez mais informações produzidas por outros consumidores e disponibilizadas em redes sociais (Twitter, Facebook, Tumblr, Youtube) ou sites de opinião (reclame aqui.com.br), ele ainda procura adquirir produtos e serviços nas lojas físicas.

Isto quer dizer que, por mais que se tenha tornado seguro fazer aquisições online, o consumidor ainda procura o contato físico para lhe dar mais garantias em relação ao produto ou serviço que está prestes a adquirir.

Contudo, existem exceções que confirmam esta regra. Passagens aéreas de ônibus, trem, reservas de hotel, aluguel de carros, livros, eletrônicos, já são produtos e serviços que são facilmente adquiridos na internet, representando situações nas quais os consumidores já se sentem confortáveis em o fazer, sem precisarem sair do conforto do seu lar.

Entretanto, para todas estas situações, e por melhor que seja o marketing ou a reputação das empresas que disponibilizam produtos e serviços, o consumidor ainda considera que o que mais vale na hora de decidir o que comprar é a opinião daqueles que compõem seus círculos sociais, tanto os online como os offline.

Não deixa de ser um fato curioso que, por mais ligados à tecnologia que possamos estar, por mais informações que tenhamos disponível na world wide web, e por mais que queiramos decidir por nós mesmos nossas escolhas, sempre vamos pedir opinião aqueles com quem mais convivemos no dia a dia. Obviamente, existem marcas que superam a necessidade de garantir confiança, como a Coca-Cola, a Apple, a Nokia, McDonalds. Estas são marcas que, independentemente da situação ou do lugar no mundo em que nos encontremos, sabemos que são detentoras de algo que, de acordo com nossas necessidades, nos garantem um padrão mínimo de consumo em que sabemos que podemos confiar.

O que muda na forma em que pedimos a opinião e a mesma nos é fornecida, é o meio de comunicação. Certamente hoje fica muito mais fácil pedir a opinião em relação a qualquer assunto por e-mail, sms, recado no Facebook. É mais fácil pois são ferramentas que apresentam custo mínimo de utilização com um retorno rápido e até mesmo simultâneo e, principalmente, porque não apresentam a necessidade de estarmos frente a frente com o outro individuo.

Nesta situação, as informações trocadas não serão menos fidedignas só porque você não está olhando a outra pessoa olhos nos olhos. Afinal, se ela faz parte da sua rede de contatos, de certa forma esse contato físico não é necessário. O que tende a acontecer é que, no lugar de perguntar apenas a uma pessoa, você vai acabar por perguntar para duas ou três as mesmas perguntas para sanar as mesmas dúvidas e obter o mesmo nível de confiança que vai te ajudar a decidir o que adquirir.

Independentemente de quem ou como você se informa para decidir em relação a determinado produto ou serviço que vai consumir, faça-o de forma consciente e responsável. Procure marcas que sejam ambiental, social e economicamente responsáveis e que pratiquem preços justos pelos seus produtos e serviços. Consuma apenas o que precisa, de acordo com suas necessidades.

E já agora, se sua necessidade implica viajar e fotografar, fica a dica: embarque na viagem à Patagônia – na companhia do fotógrafo profissional Zig Koch – que a Gondwana está organizando. Seguramente será uma experiência inesquecível!

* que, apesar do que a tecnologia possa oferecer, ainda prefere o contato do boca a boca tradicional.


Curitiba ao sol

por Camila Barp*

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Períodos entre estações são sempre interessantes. Nesse momento de transição do outono ao inverno, o frio que quase chega – por enquanto só ameaça – nos brinda com lindos dias de sol. Sol brando e convidativo que nos chama para sair de casa e desfrutar os dias.

Pessoalmente, acho essa a melhor época em Curitiba. Acordar, tomar um café de padaria (Prestinaria Café e Saint German são ótimas pedidas), depois estender a canga no gramado de um dos parques da cidade, ler um livro e deixar o sol esquentar o corpo. Para os mais animados, os parques São Lourenço, Barigui e Tanguá tem boas pistas de corrida e caminhada.

Na sequência, almoçar num restaurante aconchegante, com um bom vinho para aquecer e alimentar nossas almas mundanas.  Gosto da Cantina do Délio e suas deliciosas massas, do novíssimo – italianíssimo – La Lupa e do literário e delicioso Quintana Café. São opções saudáveis e saborosas.

Com corpo e alma alimentados, a tarde convida para sair de bike pelas ciclovias, particularmente pelo trecho que passa pelo Passeio Público, Bosque do Papa, MON e Parque São Lourenço. Definitivamente essa é a melhor maneira de curtir a cidade com segurança – e em movimento. Se pegar esse trecho, atente ao “Bosque da Sofia”. No caminho, bem em frente ao Palácio das Araucárias, um grupo de jardinagem libertária plantou mais de 50 árvores: jacarandás, ipês, guapuruvus, araucárias, sibipirunas, paineiras, araças, pitangas, bananeiras… Um pouco mais a frente, quase chegando ao São Lourenço, o Belleville Bar oferece aos passantes um bom som ao vivo nos finais de semana.

Ao cair da tarde, um café ou chá para esquentar (Brooklyn Coffe Shop é super indicado), um cineminha para namorar (nesta semana acontece o Festival Olhar de Cinema), sopa para esquentar (Pamphylia ou rodízio do Jungle Juice) e ainda uma cervejinha para socializar. Aliás, cervejarias artesanais tem crescido por aqui, e o Hop´n Roll oferece o que há de melhor, num ambiente super descontraído.

Além de tudo isso, aos sábados, a Feira de Orgânicos do Passeio Público é um ótimo passeio. Uma oportunidade de comprar alimentos que respeitam o meio ambiente, e ainda diretamente dos produtores.  As frondosas árvores do parque embelezam o cenário.

Enfim, opção não falta para quem vive ou passeia por aqui. É tempo de tirar cachecóis do armário, percorrer Curitiba e descobrir tudo de bom que a cidade oferece.

Para quem não tem bike, e quer conhecer a cidade pedalando, a Gond dispõe dessa opção. Simples, delicioso e super acessível: Pedal Ciclovias Curitiba. E para aqueles que querem sair um pouquinho de Curitiba; caminhar, subir montanhas, fotografar… a época também é propícia. Confira nossa agenda.

* que tem curtido Curitiba mesmo no frio! 🙂


Eu quero é caminhar

Azul celeste no céu. Friozinho ao amanhecer e ao entardecer. Dias quentes com longos períodos de sombra e brisa fresca. Não existe época melhor do que outono e inverno para caminhar.

Muita gente diz que nestas estações – outono e inverno – dá preguiça de praticar atividades ao ar livre. E que a vontade de ficar em casa, vendo um filme e tomando um bom vinho, é a melhor pedida. Por outro lado, é nessa mesma época do ano que a natureza abre e compartilha com os mais aventureiros, alguns de seus segredos. Segredos estes que, no verão e na primavera, permanecem escondidos, impossíveis de se notar.

São muitos os vales entre as montanhas da Serra do Mar e os rios que atravessam a floresta e correm para o mar. No outono e no inverno, os pássaros estão mais tímidos nos seus cantos, mas mais próximos do nosso olhar. O colorido é menos diverso, mas mais intenso, forte e duradouro.

Escurece cedo, o céu azul celeste ganha uma tonalidade alaranjada, que nos despede do dia e traz a noite estrelada, fria e silenciosa para que breve o corpo possa descansar. Muitas vezes nos sentimos fracos e cansados com a correria do trabalho, as atividades rotineiras, as inúmeras responsabilidades assumidas, ou simplesmente por não termos nossos sonhos e desejos compreendidos ou atendidos.

Sugiro que pensemos na possibilidade de ficarmos sim, cansados. Mas desta vez; cansados de caminhar. Usaremos menos nosso pensar, equilibrando a vontade de sentir ar puro e de escutar mais o silêncio. Movimentaremos tudo que não nos pertence mais. Caminharemos mais leves, alegres e confiantes em direção aos nossos propósitos, celebrando cada passo dado.

            Aqueles que já experimentaram a sensação de liberdade vivida durante uma subida a montanha devem concordar comigo: não há melhor estação no ano do que o outono e o inverno para criar coragem, sair da zona de conforto e dar início à caminhada.

Os programas da agenda outono / inverno da Gondwana Brasil Ecoturismo pretendem te colocar em movimento. Confira a agenda no nosso site e aproveite!

Agenda Outono – Inverno Gondwana Brasil – http://www.gondwanabrasil.com.br/?s=agenda

Nós preparamos para você:

– Escapada para o Marumbi – roteiro de 1 dia incluindo a famosa viagem de trem pela Serra do Mar, visita a estação Marumbi e o museu da estação, caminhada leve para o Rochedinho com direito a piquenique no final da caminhada com vista para toda a Serra do Mar.

– Final de semana na Ilha do Mel – com possibilidade de visita a Ilha das Peças para atividade de canoagem e observação dos golfinhos. Um programa de no mínimo 2 dias e uma noite, com pernoite na Ilha do Mel, aproveitando as tarifas mais baixas fora de temporada alta e a tranquilidade das praias e vilarejos. 

Para comemorar o dia dos namorados – temos várias opções de pacotes no feriado de Corpus Christi ou no final de semana do dia 16 e 17 de junho, com surpresas especiais para o casal.

– Montanhismo no Marumbi – Trilha do Abrolhos. Quem nunca teve vontade de ter uma experiência de escalar uma montanha? O Marumbi é o berço do montanhismo no Brasil, além de sua história, nos proporciona experimentar a grandiosidade de suas paredes e vales. Um programa para quem já tem um preparo físico melhor, pois a trilha é pesada e demanda técnicas de escalaminhada. Para esse programa incluimos guia de montanha, equipamentos de segurança, carro de apoio 4×4 na estação de engenheiro lange, hospedagem na Pousada em Morretes, além do segundo dia livre e transfer de retorno para Curitiba.

– Pedal Graciosa e Circuito Ecológico de Bike em Morretes – 2 dias e uma noite. Um programa para toda a família, amigos e casais. Não precisa ter experiência e bike. Apenas disposição e vontade de se divertir pedalando pela Serra da Graciosa e pelas estradas rurais de Morretes.

Não fique de fora … veja as datas e se programe com a Equipe Gondwana!

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Viajando nos sonhos

*Por Mila Andrade

 

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Viajar; conhecer lugares e culturas. Viver novas experiências. Viagens sempre acrescentam, fazem feliz. Agora, preciso confessar que nos últimos tempos, tenho vivido uma experiência diferente; tenho viajado em meus próprios sonhos de conhecer lugares.

Com a proximidade das férias, o que mais tenho feito é me imaginar no destino que escolhi para viajar. Já me imagino fazendo trilhas ou observando as paisagens. Lógico que todas essas sensações são proporcionadas por meio de diversas leituras de artigos, fotos e depoimentos de viajantes em blogs que tenho visto sobre tal lugar.

Em meio a tantas descobertas no “mundo virtual”, percebi também o quanto é gostoso deixar que a mente seja levada por imaginações e pensamentos. No meu caso, por exemplo, basta uma boa música para me desligar de tudo em volta e me fazer partir para reflexões.

O planejamento de uma viagem, pra mim, se tornou algo inspirador. Algo que inspira mudanças e qualidade de vida. Pois, além de verificar detalhes de passagens aéreas, ônibus e hotéis, comecei a procurar livros para ler antes e durante a viagem. Alguns livros ajudam a compreender melhor o destino e, consequentemente, tornam a vivência mais intensa.

Hoje posso dizer que estes momentos de devaneios mudaram minha rotina, meus pensamentos, meu modo de enxergar e compreender a vida, minha relação com a terra e a sociedade. E tudo isso me fez chegar mais perto do real sentido da palavra liberdade. Obviamente, sem nunca deixar fugir de vista a importância de ter objetivos e projetos de vida.

*que não vê a hora do seu sonho se tornar realidade! 


Das viagens internas – o frágil aprendiz

Ele não sabe por que veio. Abriu os olhos e sentiu-se pequeno diante dos adultos à sua volta. Quem me trouxe ao mundo? O que devo fazer por aqui e por quanto tempo? Por onde começar?

No início, contou com dois guias que o levavam para vários lugares e pessoas. Encantava-se a cada novidade. Cada curva na estrada representava um desafio. Sentia-se frágil – devido ao seu tamanho –, mas protegido. Não entendia muito bem as conseqüências de seus atos. Sentia e, antes de pensar, agia.

O tempo passou e ele cresceu. A fragilidade do tamanho já não existia. Em seu lugar, nasceu a fragilidade da alma. O pequeno frágil aprendiz tornou-se eterno frágil aprendiz. Ele, que pensava que o tamanho o tornaria forte e menos vulnerável, surpreendeu-se. Era grande e sentia-se fraco a cada momento em que se deparava com outro ser que o encantava. Sentia-se frágil diante de situações que fugiam ao seu domínio. Sentia-se frágil em meio a prédios enormes e barulhos incessantes. Não tinha outro jeito de seguir em frente: precisava reconhecer suas fraquezas, enfrentar e vivenciar medos e anseios.

O que devo fazer por aqui e por quanto tempo? Por onde começar? Ele pensou que teria respostas breves, facilmente. Não. Hoje, ele repete as mesmas perguntas a cada virada ou mudança de rumo. Mas como eterno aprendiz que é, compreende que não precisa de respostas prontas. Preocupa-se mais em sentir-se vivo. (sentir-se vivo: entregar-se. Estar disposto a viver alegrias e tristezas na mesma intensidade, mas sempre viver as emoções de verdade, com a alma).

E segue em constante aprendizado. No momento, vivencia o mais difícil deles: ponderar sobre o sentir. Cuidar do sentir. Parar para pensar nas conseqüências das ações que decorrem do sentir. Ajeitar tudo que borbulha por dentro. Abrir mão de alguns desejos. Aprender a viver certas emoções sem exteriorizá-las. Agir conscientemente. Compreender o que, de fato, faz parte da busca e renunciar aos desvios que surgem ao caminhar. Difícil missão, afinal, segundo Clarice Lispector, perder-se também é caminho.

Mas ao entender sua condição, o ser humano prioriza sua evolução. Hoje, aquele serzinho pequeno e frágil, é gigante, quer abraçar o mundo. E quando olha à sua volta se assusta com tamanha imensidão e se empolga diante de tantas possibilidades. Aí sente. Depois, respira e observa. E sim, hoje, ele pode dizer que vivencia lutas internas entre razão e emoção (pensar e sentir) e acredita que um dia, quem sabe, ambas ocuparão o mesmo espaço dentro dele. Ou não.

Enquanto uns sentem demais, outros pensam demais. E duas coisas são certas: cada um tem seu valor e cada um tem um cantinho no mundo pra ficar no qual fará toda a diferença.

 


Viajando e sonhando

*Por Tatiana Nicz

Toda grande viagem é um sonho.

E sonhos de viagem ficam mais próximos quando começamos a programá-los. Tudo tem início com a escolha do destino – sempre com novas ideias, por vezes mirabolantes – que segue determinada trajetória até que o abreviamos ao desejado de acordo com a situação financeira.

E como escolher esse destino? Às vezes por indicação de um amigo, porque vimos em algum lugar, ou por tratar-se de sonho antigo e muitas vezes  simplesmente pelo desejo de mudança. Alguns destinos nos chamam.

O sonho se concretiza com a sensação de alívio no momento da compra da passagem, ou na tranqüilidade sentida ao embarcar no avião. E no aeroporto, caminhando pelos corredores, o que vem em mente é: agora é minha vez, é tempo para mim. O sentimento de chegar a um lugar novo e adentrá-lo – sentindo, tocando, contemplando – faz acelerar mais forte o coração, com certeza.

E quiçá, de tanto sonhar e imaginar, sentimos mesmo que estamos em um sonho quando viajamos. A sensação do novo invade a alma. E o diferente somado à curiosidade, instiga a mente que clama por mudança.

Toda viagem é sonho que aquece o coração, acalenta nas noites frias, faz os dias de trabalho árduo parecerem um tanto mais leves. Sonhamos com o dia em que poderemos desligar da rotina, mesmo que por alguns dias. Estaremos então, livres para o sonho. E escolhemos viver, crescer…. viajar!

Sim, viagem é sonho.  E você, por onde anda sonhando?

*Tatiana Nicz que anda sonhando com o Nepal e a Patagonia 🙂

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Entrevista com Fernanda Nicz.

Entrevistamos uma das escritoras do blog, a Fernanda Nicz. Ela nos contou um pouco sobre sua vida, suas inspirações e os lugares aonde ela já esteve ou deseja estar! Confira mais na entrevista abaixo:

1. Há quanto tempo você escreve?

Desde pequena. Na escola adorava aula de redação e escrevi em diários até perto dos 20 anos de idade. Depois, comecei a escrever poesias e crônicas – este, o estilo que mais me atrai. Gosto da forma e do conteúdo dos escritores Rubem Alves e Rainer Maria Rilke. Acredito que a leitura diária ajuda muito quem gosta de escrever. Leitura é fundamental, é uma das escolas do bom escritor.

2. O que mais te inspira na hora da elaboração dos textos?

Principalmente três coisas; minha experiência de vida, meu momento atual ou algo que me chamou atenção em alguma leitura recente. Normalmente, procuro o tema e as idéias que mais estão borbulhando em minha mente no momento. A partir daí recorro também a idéias e argumentos de escritores que admiro. É importante para um bom – e rico – texto, que ele não fique na superfície. Profundidade, embasamento e criatividade são características fundamentais de um texto atrativo e cativante. Outro fator importante é conseguir despertar, no leitor, identificação com o conteúdo do texto.

3. Qual o melhor lugar para qual já viajou?

Sou apaixonada pelo continente europeu. Quero passar a vida desvendando-o. Não apenas as grandes cidades e capitais, mas, principalmente, as pequenas cidades, os vilarejos, lugares pouco conhecidos. Até aqui, tenho alguns cantinhos preferidos por onde já estive: Praga (República Tcheca) e Verona e Cinqueterre, na Itália.

4. Por que escolheu São Paulo para viver?

Escolhi viver em São Paulo porque é a cidade que mais combina com meu momento atual. Já morei no Rio de Janeiro, aqui (em sampa mesmo), Curitiba, Inglaterra e Estados Unidos. Tenho muitos bons amigos por aqui e acredito que a cidade oferece muitas oportunidades na minha área – cinema e jornalismo. Mas também não pretendo morar aqui e em nenhum outro lugar do mundo por muito tempo. Meu projeto de vida é viver um tempo em cada lugar que admiro no mundo. Viajar, escrever, fotografar e aprender línguas.

5. Qual tua maior paixão?

São duas; viajar e escrever.

6. Qual é o seu envolvimento com a Gondwana?

Além de conviver com prima e amigas que comandam a Gond, reviso todos os textos e produzo crônicas para o blog – o que é um prazer para mim. Acredito na proposta e nos valores da empresa, estamos juntas!

7. Como se vê no futuro?

Em cidades medievais, praias, vilarejos… Escrevendo, fotografando, lendo. Quando fiz meu mapa astral me foi dito que eu passaria mais da metade da vida como eremita, “andarilha espiritual”. A idéia é publicar livros, passar minhas idéias à frente. Acredito que, além do prazer que tenho viajando e escrevendo, posso – e devo – contribuir com a humanidade. Porque estamos aqui para isso também; evoluir e contribuir com o todo.


Redes Sociais – Você está fazendo certo?

Por Augusto Antunes*

Desde 2009 tenho adquirido cada vez mais interesse por redes sociais e seu uso enquanto ferramenta de marketing na promoção e divulgação de destinos, produtos e serviços turísticos.

E se há três anos estar nas redes sociais era opção para quem tinha tempo (leia-se: para quem tinha dinheiro para investir), hoje, é condição sine qua non para quem quer se manter no mercado turístico. Lembrando aquela velha máxima da atividade turística que todos escutamos em algum momento da vida profissional: quem não é visto, não é lembrado.

Mas será que, atualmente, estar em TODAS as redes sociais é obrigatório ou necessário? Eu colocaria aquela expressão que tão bem caracteriza o “ficar em cima do muro”: depende.

Se você é um órgão público, como o Ministério do Turismo, é interessante atingir o maior número de usuários possível e, portanto, em quanto mais redes sociais você estiver, mais visto será. Se por acaso você é dono de uma agência de viagens de intercâmbio, é interessante escolher duas ou três redes sociais de relevância (Twitter, Facebook , Flickr) que trabalhem bem o público-alvo e o mercado no qual você quer investir. Não adianta, por exemplo, insistir em redes sociais como o Orkut, se o perfil dos clientes indica que eles são majoritariamente utilizadores do Facebook. Seria desperdiçar recursos em algo que te traria pouco ou nenhum retorno.

Concomitantemente, é de extrema importância que as redes sociais nas quais você está presente sejam trabalhadas de forma complementar. Por exemplo, se sua empresa é uma agência de viagens e tem um perfil no LinkedIn, não é interessante publicar ali conteúdos como promoções ou pacotes especiais. O Linkedln é uma rede que privilegia o estabelecimento de contatos profissionais (Business to Business – B2B) e não o contato com teu público-alvo (Business to Consumer – B2C). Para postar promoções ou pacotes com preços especiais, nada melhor que a utilização do Twitter. Em 140 caracteres você faz a pessoa entrar em contato com você por meio de email, site ou perfil do Facebook da empresa. Nestes espaços, o atendimento pode ser mais preciso e eficaz no que diz respeito à satisfação das necessidades dos clientes.

Entretanto, é preciso cuidado ao utilizar as redes sociais. A utilização em demasia ou inadequada pode provocar o afastamento dos clientes. Lembre-se, a idéia é mostrar o conteúdo certo, na hora e no local certo para que o cliente sinta vontade de consumir produtos e serviços. Você deve ser capaz de cativar seus clientes provocando neles a vontade de participar das atividades ou de consumir os produtos e serviços que sua empresa oferta. Para isso, mantenha-se sempre atualizado, compartilhe e comente conteúdos que sejam coerentes com sua área de atuação – aproveite o espaço para se aproximar de seu público-alvo. Assim, quando você pedir para um cliente entrar no site da sua empresa ou compartilhar alguma promoção imperdível, ele se sentirá mais confortável para fazê-lo, e o fará de forma intuitiva e participativa, e não ”forçadamente”.

Por fim, tenha sempre em mente que, assim como as redes sociais físicas, as redes sociais virtuais têm também suas condutas de participação. Vale a pena dedicar tempo e utilizar recursos específicos de forma a trabalhá-las corretamente. Comprometa-se e dê a atenção que elas precisam de forma a que a tua empresa faça parte da vida do respectivo público-alvo positivamente, sempre acrescentando algo e não o contrário.

Lembre-se, não basta aparecer! Há que saber aparecer! (Fonte: Blue Focus Marketing)

 

* que por conta do seu Mestrado, encontra-se imerso na temática das redes sociais aplicadas à atividade turística.


Dê vida a este blog, comente!

Rob Gordon do Blog Championship Vivyl lançou uma campanha super legal chamada: Dê vida a este blog, comente! 

Um dos trechos do texto do Rob fala:

“Sim, a grande questão aqui são os comentários. Eles fazem a diferença no dia a dia de um blog. Se você tem blog – e, quando digo blog, quero dizer “um blog que gera conteúdo” – sabe disso tão bem quanto eu. Acessos, visitantes, pageviews, prêmios… Tudo isso é importante, mas os comentários recebidos em cada postagem, são vitais.”

São os comentários que estimulam as pessoas aqui do blog a escreverem mais e a se dedicarem mais. Sem os comentários, o blog não é nada! 

Comentários significam participação, debate, troca de idéias entre o blogueiro e o leitor! Então…

                   


Da busca por um lugar que faça sentido

Por Fernanda NIcz

 

Anteriormente falei da importância de perceber a hora certa da mudança, do momento de dar uma guinada na vida. Agora, passado um tempo, compreendo melhor a importância da troca de lugar, de cidade. Tudo faz sentido.

Ir e vir sugere movimento.  Perder-se também é caminho. Viver indo e vindo não significa estar perdido, mas estar buscando. Movimentar-se é descobrir-se em posições e lugares diferentes. Quem é você por aqui, como se sente por lá? Desconstruir-se é ato de coragem, mudar de idéia, rumo ou lugar faz parte da busca.

Muitos vivem em lugares que não gostam, não acreditam ou lugares em que, simplesmente, todas as possibilidades se esgotaram. Foram felizes ali, hoje já não sabem se são; estão. Acomodação dificulta a evolução.

Percebi que não estava no “meu lugar” meses atrás. Nada acontecia e nada eu fazia acontecer. Faltava vontade. Chegou um momento em que percebi que tudo estava estagnado dentro e fora de mim. Eu não acreditava mais nas possibilidades daquele lugar. Gosto de lá e adorei viver por lá grande parte da vida. Mas percebi que passou, já não era mais. Nada é eterno e permanente, nem o ser humano o é, por que os lugares tem de ser?

Nem as pessoas nem as possibilidades combinavam mais com meus valores e com o formato de vida que desejava. Gosto das pessoas de lá, de verdade. Nem elas estão erradas ou certas, nem eu. Apenas somos diferentes, ou melhor, neste momento, buscamos e valorizamos coisas diferentes.  Isso não é ruim. São fases da vida. É o que nos move.

E então vim para o lugar em que acredito. O lugar que fala por mim. Vim viver perto de amigos que pensam parecido, valorizam as mesmas coisas – vivem momentos semelhantes. Vim para o lugar que mais pode me oferecer boas oportunidades nesse momento. É incrível como as coisas acontecem quando se está no lugar que gostaria de estar, no lugar em que você acredita, perto de gente que você admira. A vida flui; leve.

E não adianta o mundo inteiro contrariar e achar um absurdo você trocar uma cidade por outra. Em momentos assim, não importa a opinião alheia, o que conta é o que você sente. Lá eu não sentia; aqui eu sinto. Lá eu não enxergava algumas coisas; aqui quero abrir bem os olhos para ver tudo. Lá o tempo parecia não passar; por aqui, os dias são intensos. Como li no Melodia das coisas, do Rainer Rilke (meu preferido); “de repente seus dias estavam cheios, e apesar disso Tragy passa por eles com maior facilidade do que antes, quando eram vazios…”

Por quanto tempo? Não sei dizer agora. A única certeza que tenho é que muitas portas estão se abrindo e muitos episódios ainda estão por vir. E quando as possibilidades por aqui se esgotarem não terei problema algum em mudar novamente. Afinal, como li em algum lugar deste mundo; viver é como andar de bicicleta; para manter o equilíbrio é preciso estar em movimento.

 

 

 


Como as pessoas percebem Curitiba?

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Trezentos e dezenove anos, 434 quilômetros quadrados, 75 bairros com quase um 1,8 milhão de habitantes. A maior cidade do Sul do Brasil tem diversos monumentos históricos e modernos de onde é possível vê-la em variados ângulos. Cada pessoa tem um ponto de vista diferente, de acordo com a profissão, características pessoais ou com o lugar onde está. É o caso dos cinco personagens que aceitaram nos contar, no especial de Curitiba, sobre como eles enxergam e percebem a capital paranaense.

Privilégio de cenário a partir da caixa d’água

Passar a noite no local de trabalho pode parecer entediante quando falta distração. Para os funcionários do Reservatório Cajuru, entretanto, esse tipo de escala de trabalho rende boas histórias. Isso porque, no local, está a famosa caixa d’água do bairro Alto da XV, um dos pontos de Curitiba com a melhor vista da cidade e da região metropolitana. Incluída no projeto para ser um dos quatro reservatórios de abastecimento de água da capital na metade do século 20, a caixa d’água tem 26 metros de altura. A construção dela foi finalizada na década de 1940.

A vista privilegiada é um prato cheio para o funcionário da Sanepar e geógrafo Ceslau Elias Makovski, 42 anos. Há 17 anos ele trabalha no local e não esconde a paixão profissional e pessoal de subir no alto da caixa d’água e admirar a vista, em especial o contraste que ela pode causar. “De um lado (vista de Pinhais) vemos a Serra do Mar preservada e, do outro (Centro de Curitiba), um paredão de concreto. Em minhas aulas, quando eu podia trazer os alunos aqui, mostrava os pontos da cidade e explicava por que ela foi construída dessa maneira”, comenta.

Urbanismo

Makovski se refere ao pla­­­­no urbanístico da cidade, o Plano Agache, idealizado pe­­­­lo arquiteto e urbanista francês Alfredo Agache. Executado no início da década de 1940, o projeto orientou o poder público até 1958 e deixou marcas visíveis. A construção de grandes edifícios na cidade segue, até hoje, parte dos moldes do plano, com prédios em torno das principais avenidas que ligam o Centro aos bairros, como a República Argentina e João Gualberto.

Filmagens

Com quase duas décadas de trabalho no local, Makovski já viu novela ser filmada nos arredores da caixa d’água, acidentes de trânsito e confusões, em especial no réveillon. O lugar fica lotado de pessoas que conseguem subir lá, no dia 31 de dezembro, à espera da virada do ano. Essas pessoas são privilegiadas, pois só sobem a convite. “Alguns até tentam entrar no terreno do reservatório para ir à caixa d’água e ver os fogos”, conta. Por questão de segurança, o local não é aberto à visitação e os funcionários impedem as pessoas de atravessarem o portão. “A vista é só nossa”, brinca.

Fonte: Gazeta do Povo


Literatura para viagem

por Camila Barp*

Livros são meus companheiros fiéis de viagem. Escolher o livro certo para levar faz parte do ritual de fazer as malas. E escolhê-los passa por critérios distintos – tudo depende do destino de viagem.

Quando vou para uma praia, por exemplo, opto por livros leves, fáceis de ler – de preferência crônicas de viagens. Se for para uma caminhada mais pesada, montanha, ou algo que exija mais esforço físico, prefiro livros que contam histórias de expedição, diários de bordo de grandes travessias ou conquistas (nesse caso, refiro-me à conquista de um cume de montanha, que fique claro). Agora, se o destino é uma grande metrópole, confesso que fico em dúvida se devo ou não levar um livro, já que os estímulos e opções são tantos que normalmente chego ao hotel tarde e tão cansada que mal abro o livro que descansa na cabeceira. Mas a preferência, em viagens assim, são por biografias, que normalmente tem um ritmo peculiar, mais lento. A leitura acontece aos poucos e com grandes pausas, se necessário.

Além de bons e fiéis parceiros de viagens, os livros instigam e dão vontade de viajar. Ler histórias de outros viajantes e suas aventuras mundo afora inspiram a sair da rotina, querer ver novas paisagens, lugares, conhecer pessoas e culturas diferentes. Experimentar o ”novo”.

Gosto também de ler sobre o(s) destino(s) antes de a viagem começar. Nesse caso, o livro tem a capacidade de fazer viajar antes mesmo do embarque, da partida. É prazeroso visitar livrarias, sebos e comprar guias de viagem sobre o destino. Ajudam no planejamento e nos lembram de incluir lugares interessantes no roteiro. Normalmente, nessas visitas, já aproveito e compro o livro que vou levar na bagagem…

Alguns clássicos altamente recomedáveis:

On the Road – Jack Kerouac

Principal livro do autor norte-americano Jack Kerouac. A obra foi referência para uma parcela da juventude estadunidense que estava descontente com suas vidas e resolveram então botar o pé na estrada. O livro narra a história de dois jovens que atravessam os Estados Unidos escancarando o outro lado do sonho americano.

A insustentável leveza do ser – Milan Kundera
Romance com inesgotáveis temas existenciais que constituem uma viagem ao interior das personagens instigando o leitor a refletir em busca do autoconhecimento. Como pano de fundo, a invasão russa à Tchecoslováquia.

Into the Wild – Jon Krakauer

A dramática história de um insubmisso jovem americano revela o lado B de uma aventura mal-planejada.

O grande bazar ferroviárioPaul Theroux

O olhar profundo e ferino de Paul Theroux em sua longa jornada ferroviária desde a Inglaterra até o Japão, por meio dos clássicos expresso do Oriente e Transiberiano.

A Arte de Viajar – Alain de Botton

Botton explica que mais importante que saber o que ver numa viagem é saber por que ver. Num texto saboroso, ele nos conta como as viagens, a literatura e as artes plásticas se influenciam entre si – um simples passeio pode levar à redação de um clássico, que por sua vez pode inspirar a pintura de uma obra-prima, estimulando milhares de pessoas a fazer o mesmo passeio. Neste ciclo infinito, muitas vidas encontram seu sentido.

Diários de Motocicleta – Che Guevara

Relato da viagem feita por Che e o seu amigo Alberto Granado, desde Argentina até a Venezuela, em 1952.

* Camila Barp, que adora receber dicas de livros dos leitores do blog! 🙂